É um furor dentro da alma
Que vai queimando de fora pra dentro
Separando fibras e ajuntando moléculas distantes.
É essa música frenética
Que distorce minha consciência
E amansa meu coração.
Empurra os graves, ouvido abaixo
E me faz vomitar agudos estridentes de prazer,
Repelindo o suor efervescente que desce pela minha espinha
E se mistura ao toque suave da tua mão.
Nossas coxas se roçam num frenesi constante
Ao ritmo alucinante da música.
As roupas absolvem o cheiro dos nossos corpos
Que guardado nos acompanha depois da despedida.
Nossas bocas se juntam e nossas línguas se divertem
Num bailado louco, buscando um prazer quase inexistente.
Nossos olhos se enchem do líquido lacrimal na hora do adeus,
E nos despedimos eufóricos, embriagados da saudade
Que nos acompanhará até o dia seguinte...
Quando ao som do telefone falaremos: “Alô!”